A dedicação educativa é o coração da missão salesiana feminina. Toda Filha de Maria Auxiliadora sabe que coloca em jogo sua vida por Deus e pelos jovens, procurando qualificar a sua presença com intervenções sempre mais adequadas à realidade contemporânea.

Com a escola, de todo tipo e grau, as Irmãs respondem até hoje à exigência de uma educação sistemática, de uma formação crítica e, em muitas nações, permitem que os jovens, sobretudo das camadas populares, adquiram os instrumentos para terem acesso aos circuitos da cultura.

Os cursos de preparação para o trabalho, configurados na Europa de forma diferente em relação à África ou à América Latina e à Ásia, revelam a atenção salesiana ao mundo do trabalho e à necessidade dos jovens de se inserirem com competências específicas nos circuitos produtivos de toda realidade social.

O Oratório, intuição salesiana excelentemente educativa porque valoriza todo o tesouro dos jovens. A promoção humana é o primeiro objetivo da atividade oratoriana nos países mais pobres, enquanto em contextos industrializados é a grande demanda dos jovens no tempo livre. A agregação dos jovens, com suas buscas profundas de vida, continua sendo o grande desafio da educação.

Obras para crianças, adolescentes, jovens em situação de risco. Casas-lar, comunidades de acolhimento, centros de acolhida através de um percurso que tem como ponto de partida a situação concreta dos destinatários, sua condição de precariedade, de abandono, procurando levar a pessoa ferida ao encontro da liberdade e da maturação.

A educação da jovem é uma escolha prioritária que se delineia nos diversos Países com intervenções sempre mais precisas: da promoção de cooperativas femininas nas missões, à recuperação das garotas que, nas periferias das grandes cidades são vítimas fáceis da prostituição, à inserção no trabalho, até as iniciativas culturais e ao “apoio” para que as jovens saibam lutar com maior consciência pela própria dignidade e pela elaboração de uma cultura no feminino.

  • Assim, será sempre sob a ótica da fé e dentro do contexto que nos envolve, que responderemos às exigências de nosso ecossistema e da vida do ser humano orientando nossos educandos para enfrentar os desafios:
  • Da vida – depreciada em sua dignidade e sempre mais ameaçada desde sua concepção até ao seu término natural;
  • Da família – submetida hoje a múltiplas dificuldades, tensões e carente de referenciais em seu insubstituível papel educativo;
  • Da pobreza – marginalização, desemprego e outros fatores que ameaçam a estabilidade da vida individual e social frente ao futuro incerto;
  • Da comunicação – pela maciça e ambígua presença dos meios eletrônicos, que revolucionam a vida das novas gerações modificando relacionamentos, banalizando valores e sentido de pertença;
  • Da liberdade – que, sobretudo no clima de relativismo imperante precisa ser educada e vivenciada para escolhas propositivas e responsáveis da vida, como valor supremo;
  • Da consciência ética – abalada pelas inúmeras possibilidades que a ciência alcançou, ao intervir sobre a vida humana e o ecossistema;
  • Da paz – que pede a todos, o autodomínio, a resiliência e a coragem, para serem instrumentos ativos e convictos da não violência, num mundo absurdamente violento;
  • Da busca da espiritualidade – significativo sinal de esperança e sede de Absoluto no contexto de um mundo dessacralizado e carente de sentido para a vida.

O amor pela vida e o desejo de que ela seja plena e abundante para todos, impelem-nos, diante da realidade de nossos dias, a identificar e utilizar estratégias prioritárias em nossa ação educativa e, em permanente diálogo com o carisma e a Missão Salesiana, a Inspetoria Maria Auxiliadora em sintonia com as propostas do Instituto e com a RSE – Rede Salesiana de Escolas propõe que nossas comunidades sejam Espaço Educativo onde se possa:
 aprender a aprender, resgatando assim a função primeira da escola que é formar a pessoa, preparando-a para discernir e enfrentar as mudanças de uma sociedade em constante transformação;
 aprender a fazer, oferecendo condições proporcionais ao estágio de desenvolvimento do educando para a aquisição de habilidades e competências práticas;
 aprender a ser, num ambiente favorável à construção e enriquecimento da identidade pessoal e coletiva;
 aprender a conviver, o que significa que além de acolher o aluno e sua família numa comunidade diferenciada, a escola deve favorecer a vivência de situações especialmente planejadas para a formação de uma identidade ativa e solidária com o grupo social;
 aprender a crer, tanto em relação aos valores essenciais à convivência humana e à promoção da dignidade da pessoa quanto em relação aos valores transcendentais cristãos.
 Todos estes elementos nos obrigam a pensar a escola como um espaço privilegiado de comunicação de ideias e ideais, de reflexão e ação, de solidariedade e respeito às diferenças e que proporcione o desenvolvimento harmônico e progressivo de todas as dimensões do ser humano, a saber:
 dimensão psicomotora, para a aceitação do corpo, a potencialização das habilidades físicas e motoras;
 dimensão intelectual e cognitiva, para selecionar e organizar informações, de modo a integrar criticamente as aprendizagens e enfrentar as múltiplas situações e desafios da vida;
 dimensão psicoafetiva, para orientar o desenvolvimento da autonomia pessoal e a consolidação harmônica da própria personalidade;
 dimensão das relações interpessoais, para favorecer a adoção de atitudes de participação no grupo e de respeito para com os outros;
 dimensão ético-social, para desenvolver o sentido de cidadania, de pertença a determinado grupo social, de acolhida do diferente e de cooperação na construção de um mundo mais habitável, justo, solidário e humano;
 dimensão transcendente, para comprometer-se na procura de respostas sobre o ser humano, a história e o mundo, abrindo-se à experiência religiosa na perspectiva de um projeto de vida mais amplo e feliz.